segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

06 A FAMÍLIA SE MULTIPLICA, Do livro Do Miolo do Sertão. A História de Chico Rolim contada a Sebastião Moreira Duarte

A FAMÍLIA SE MULTIPLICA
Do livro Do Miolo do Sertão
A História de Chico Rolim contada a Sebastião Moreira Duarte
Pags. 18 a 19

Dos filhos das primeiras núpcias de meu pai, a primeira, Teté, casou em 1914 com José Gonçalves de Oliveira (Zé dos Torrões) – um ano após a celebração do matrimônio de Matias Duarte Passos e Angelina Guedes Rolim. Doiô e Nanã casaram ambas no mesmo dia, em 1917, respectivamente com João Gonçalves de Oliveira (João Branco) e Vicente Gonçalves de Oliveira, os quais não parentes, não obstante os sobrenomes iguais. No ano seguinte ao falecimento de meu pai, Zé Matias, o filho homem, casou-se a 26 de setembro, com Domitília Neném Matias, irmã caçula de Mãe Dosanjo. Curiosamente, Zé Matias, Tornou-se, assim, além de enteado, também cunhado de sua segunda mãe.
Em 1929, casaram-se outra vez duas irmãs no mesmo dia (26 de outubro): Júlia, com o primo Ananias Félix, e Alodias, com Cícero Moreira da Silva, dos Moreira do Cipó, sítio hoje pertencente ao um de Cachoeira dos Índios.
Se o leitor não é supersticioso, eu também não. Mas, se me permite, ofereço-lhe uma curiosidade para o seu cadastro de apreensões. É conhecida no Nordeste a recomendação de evitar-se por todos os meios que dois irmãos ou irmãs subam ao mesmo altar no mesmo dia para a festa de seus esponsais: um dos casais não terá um matrimônio feliz. Verdade ou não, as minhas irmãs Doiô E Nanã casaram-se no mesmo dia, em 1917. Doiô teve vida longa e próspera, ao lado do marido João Branco, e dos filhos, Chico, Hilário e Antônio. Nanã cedo ficou viúva, tendo a ampará-la o filho único, Israel. Mais impressionante foi o sucedido a Júlia e Alodias. Alodias continua ainda hoje, em São Luís do Maranhão, vendo crescer filhos, netos, bisnetos e tataranetos. Júlia mal viu nascer o primeiro filho, que teve poucos dias de vida. O marido faleceu naquele mesmo ano e ela o acompanhou logo a seguir.


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