OUTRO PAI, NOSSO IRMÃO JOSÉ MATIAS
Do livro Do Miolo do Sertão
A História de Chico Rolim contada a Sebastião Moreira Duarte
pag. 16 a 17
A única “voz de homem” capaz de levar adiante os negócios de Matias Duarte Passos era o caçula do primeiro casamento, José Matias Duarte, com 23 anos quando meu pai morreu.
Zé Matias era uma figura envolvente, carismática mesmo, um líder nato. A sua influência cedo iria extrapolar os limites do Olho d’Água do Melão, para ganhar nome nos sítios em torno e estender-se ao Baixio, a Umari, a Alagoinha (hoje Ipaumirim), até Cajazeiras e Mossoró. Todos admiravam aquele homem atarracado, alegre e sempre disposto a um bom papo. Em casa, nós pequenos o queríamos e respeitávamos como a outro pai. Cunhado de Dosanjo, a quem queria como a sua mãe, Zé Matias era, de fato, o arrimo de nossa família, e, mais, das famílias das irmãs Nanã, viúva, e Teté, cujo marido, Zé dos Torrões, vivia desde muitos anos deitado no fundo de uma rede, entrevado pelo reumatismo.
O nosso querido irmão poderia ter sido o esteio em que nos apoiaríamos na reconstrução do nosso futuro. Mas, cedo também ele nos seria arrebatado, e pela maneira mais violenta.
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